segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Solidão.



Quando olho para os lados vejo pessoas de todos os tipos. Cada uma tem suas preocupações, muitas não conheço, outras até me cumprimentam com um sorriso plástico e automático: tudo bem com você. Bem? As vezes nem tanto, eu começo a pensar, mas lembro que aquela pessoa não se importa como realmente me sinto, mas ela precisa cumprir um rito social e apresentar-se com a aparência superficial de alguém que se preocupada comigo, mas no fundo... Que eu se dane...

A pior solidão é a que não se justifica, não se sabe a causa ou o porquê; é aquela que se sente quando na verdade não está só, quando se está em meio a uma multidão, ou acompanhado daquele que se diz seu companheiro; e como nos faz sofrer a falta de algo que nunca tivemos!

A solidão é cautelosa, ela não te fere para te matar instantaneamente, mas o prejuízo que causa é sentido ao longo de tempos e quando dói é o sinal de que os danos já se formaram e são graves a ponto de te fazer sofrer.

As pequenas dores, aquelas que não ligamos quando ocorrem, e até esquecemos que elas mesmas acontecem diariamente, se tornam grandes açoites, ancoradas na ferida que a solidão abriu e agora tudo passa a incomodar tanto, e como nunca.

Quem te libertará do caminho só, quem pode preencher um vazio que existe quando aparentemente temos tudo que precisamos em nossas mãos. Mas em tudo se dói, em uma festa, em meio a amigos, família, parece sempre haver um momento que não se pode explicar, mas se sente invariavelmente, e tem o sabor do sombrio, um sentimento de desamparo e fragilidade.

É uma dor que não se explica, mas quase todos a sentem, é algo ridículo e nosso orgulho não nos permite expor que temos falta de um abraço ou de quem nos ouça sem indagações, mas que que se disponha a ouvir a voz de dor de incerteza que tanto aflige na juventude.

Se há solidão, semeemos relacionamentos, se nos falta amor, plantemos caridade e sinceridade, se nos falta amigos, lance-se a semente a confiança e cumplicidade; de tudo que temos falta plantemos em excesso, para que floresça as flores da esperança, e os frutos da boa semeadura possa preencher o vazio e a fome que nos dá a quando se é Um em meio a multidão...

"Se escrevo o que sinto é porque escrever me faz diminuir a febre de sentir"

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