terça-feira, 30 de junho de 2009

O Michael não morreu.

Senti sua falta quando percebi que já não podia querer ver-lo novamente, mas por que sentir falta de alguém que nunca valorizei, ou sequer atentei aos seus passos por onde passou? Não ouvia suas músicas, não aumentava no som quando tocava, nunca tive um CD seu, mas me deu saudade mesmo que eu não o reconhece.

O que me dói é tendência generalizada de reconhecermos o valor das coisas quando a perdemos, e dói saber que não sou minoria, pois não foi Michael que deixei de celebrar, mas diariamente Jacksons são deixados de lado, esquecidos como algo desimportante e ignorável; perco a chance sempre que não reconheço o brilho e o talento exclusivo de tantas pessoas que não deixei marcar minha vida com suas inovações exclusivas, sobre o pensar, o amar, o perdoar, o saber, o respeitar o viver.

Deixei de ser alguém melhor por renegar a influência de todos os anônimos que não se apresentaram a mim, pelo simples fato de não ter querido ouví-los. São os pensadores sem nome, os sábios sem tributo, os profetas sem honra.

Perco a chance quando me encho de mim, perco a chance quando não me presto a ouvir, perco quando não estou nem aí, perco quando não tenho paciência pra entender, perco a chance de me aperfeiçor e deixar ser moldado para tornar-me melhor, quando ignoro aqueles que a aparencia não é tão nobre quanto os prestigiados pela minha noção de honra e celebração.

É preciso olhar mais para quem estar ao lado, é preciso ouvir quem não nos gera pretensão, é preciso valorizar as pessoas em volta, pois a sabedoria e o brilhantismo habitam nos mais improváveis lugares, e elas não se compram, mas podem ser adquiridas e semeadas em solos que ninguém planta, e quando florescerem tornam-se tão belos e inacessíveis, como o príncipe que não se conhece e por muitos ignorado pois não sabem o valor da sucessão.

O que morre não é Michael, ele estará imortalizado em nossas mentes, tão bem bombardeadas pelas imagens e flash dos capitalistas que sempre encontram motivos para promover suas riquezas, o que morre é a chance de saborear o reconhecimento de um talento inestimável, assim como nossos semelhantes que perecem pela nossa astúcia de não valorar as qualidades que não tem valor.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Efêmero e enganador


Quando te vi parei, meu coração precisava de um rostinho tão lindo assim; quis te conhecer, até fiz o que não deveria, mas pra saber quem eras não podia fraquejar eu tinha que te buscar. Os teus olhos brilhavam como a luz, o rosto feito a pincel me fazia sonhar com dias melhores.

Me convenci de como você seria perfeita, mas como posso me enganar tão facilmente? E aquilo que parecia perfeito se desfazer com a segunda impressão? A primeira não ficou.

Consegui me aproximar como nunca antes, e que pena saber que estando ao teu lado eu sentiria a mesma solidão, como se não houvesse a conhecido; é trágico saber que as formas do teu corpo e a suavidade de teu rosto se passaram tão rapidamente quando somente isso tinha valor.

Desmotivado volto-me a masmorra, talvez de lá eu não saia mais; talvez eu não busque me convencer da beleza de mais ninguém, talvez agora eu prefira que se convençam da minha, já que meus olhos e inclinações teimam em trair-me quando me prendo naquilo que somente meus olhos podem ver e aceito como tudo.

Apredi que é tolice pautar as convicções amorosas em olhos que se fecham, na boca que se cala, nos cabelos que embranquecem, na textura da pele que se vai, porque são passageiras essas referências e se desfazem nos primeiros contatos, e após a noite estrelada juntos, não é a beleza que os manterá, mas tudo aquilo que prescindimos e não pode ser mostrado pelas fotos, olhos e gestos.

A beleza é a essência do desejo, mas somente ela não é capaz de manter acesa as motivações que unem pessoas pelo mundo inteiro em busca da realização; há que se pleitear que as virtudes do coração colaborem para que a beleza que um dia pareceu estonteante não se torne efêmera.

BrunoMaximos

terça-feira, 16 de junho de 2009

Perdido no desconhecido



Hô madrugada solitária, longa e fria.
Só um desejo ardente por um futuro melhor me faria enfrentá-la como ouso nessa hora.
Os meus pés adormecem de tanto trabalho e já não os sinto pela baixa temperatura que os devora.
Minha coluna está cansada, as dores tentam abrasar o meu corpo, meu abdome, meu pescoço, meu ar.
Sinto-me só na perseguição dos meus objetivos, não vejo as alças em que eu possa segurar, não ouço a voz doce que possa embalar minha caminhada.
Não há motivações maiores, os sonhos se cansaram pelas traições e ingratidões, já não existe tanta luz que me indique o caminho.
Estou sozinho, sou como um cego procurando a luz na imensidão do paraíso, não tenho calor, sou desinteressante, meu papo é tolo.
Mas o que me salvará do lixo existêncial que tenta me consolar com restos de vida e de sentimentos degradados, maculados aos encontros fugazes e ocasionais.
Não é o beijo furtivo que empolgará a vida indócil, não é a sedução de curvas atraentes que satisfará o ardente desejo pelo definitivo, que não aceita mais ser parte, mas quer ser a própria história.
Devaneios tortos, quem me dirá o significado de cada um deles? Mas não somos nós os criadores de circunstâncias intangíveis, que não se podem superar pelas próprias forças acovardadas pelo medo de si mesmo, por não se conhecer?...
Já dizia o filósofo, "somos todos um dever ser", incompletos e insatisfeitos por essência, sempre buscando saciar um desejo insaciável que não conhece o seu alimento.
Prossigo querendo ser melhor, porque ainda que não me restem tantos incentivos para melhorar, o próprio desejo de não querer conviver com o mesmo 'EU', já bastará para tentar mudar e me livrar de mim agora...

BrunoMaximos 00:58 17 de junho 2009 "Sensação após o trabalho sobre execuções"

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Inspiração em tí.


"Não sei porque, mas você me pareceu muito apaixonada;
Apaixona pelo ar, pela vida, pelo amor, apaixonada;
Posso até me enganar, mas o teu sorrido, deixou-te denunciada;
A beleza e a harmonia em tí é como uma noite estrelada;
Aos que observam vêem e logo verão passar após a madrugada;
Mas no coração de quem a contemplou as sensações jamais serão desmanchadas"


BrunoMaximos

"Se escrevo o que sinto é porque escrever me faz diminuir a febre de sentir"

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