Um lugar destinado a expressão suprimida pelos passos apressados, uma forma de manter viva a imaginação, e tudo aquilo que se sente quando se é. "De poeta e louco, todo mundo tem um pouco" - BrunoMaximos
terça-feira, 16 de junho de 2009
Perdido no desconhecido
Hô madrugada solitária, longa e fria.
Só um desejo ardente por um futuro melhor me faria enfrentá-la como ouso nessa hora.
Os meus pés adormecem de tanto trabalho e já não os sinto pela baixa temperatura que os devora.
Minha coluna está cansada, as dores tentam abrasar o meu corpo, meu abdome, meu pescoço, meu ar.
Sinto-me só na perseguição dos meus objetivos, não vejo as alças em que eu possa segurar, não ouço a voz doce que possa embalar minha caminhada.
Não há motivações maiores, os sonhos se cansaram pelas traições e ingratidões, já não existe tanta luz que me indique o caminho.
Estou sozinho, sou como um cego procurando a luz na imensidão do paraíso, não tenho calor, sou desinteressante, meu papo é tolo.
Mas o que me salvará do lixo existêncial que tenta me consolar com restos de vida e de sentimentos degradados, maculados aos encontros fugazes e ocasionais.
Não é o beijo furtivo que empolgará a vida indócil, não é a sedução de curvas atraentes que satisfará o ardente desejo pelo definitivo, que não aceita mais ser parte, mas quer ser a própria história.
Devaneios tortos, quem me dirá o significado de cada um deles? Mas não somos nós os criadores de circunstâncias intangíveis, que não se podem superar pelas próprias forças acovardadas pelo medo de si mesmo, por não se conhecer?...
Já dizia o filósofo, "somos todos um dever ser", incompletos e insatisfeitos por essência, sempre buscando saciar um desejo insaciável que não conhece o seu alimento.
Prossigo querendo ser melhor, porque ainda que não me restem tantos incentivos para melhorar, o próprio desejo de não querer conviver com o mesmo 'EU', já bastará para tentar mudar e me livrar de mim agora...
BrunoMaximos 00:58 17 de junho 2009 "Sensação após o trabalho sobre execuções"
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"Se escrevo o que sinto é porque escrever me faz diminuir a febre de sentir"
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Envie seu texto, que publicaremos aqui! corretorcarvalho@hotmail.com
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Um comentário:
Paulo Freire dizia que a essência do ser humano é a incompletude. Somos seres incompletos por essência e isso nos torna mais seres humanos que nunca.
No entanto há uma diferença básica entre seres humanos incompletos: existem os que fazem da incompletude motivo para buscas sempre mais, buscar tornar-se melhor ser humano a cada dia e isso não conseguimos com bens materiais, terrenos... conseguimos com a elevação de nossos espíritos. Em contrapartida há aqueles que se deixam afundar na incompletude do ser, por não encontrar motivos para continuar e ficam à deriva no grande mar das frustrações.
Resta decidirmos que tipo de seres incompletos queremos ser.
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