Meu pensamento só me levam a tí, lembro dos momentos que somente eu tive contigo, pois eles não passaram da minha mente; eu te esculpia com traços singelos e de personalidade faceira, tu eras a minha donzela, onde eu lhe punha nas mais variadas situações de risco, só para que após a tormenta eu pudesse surgir como herói sempre pronto a ajudar a minha amada, ainda que o mundo reclamasse pelos meus disputados socorros.
Passou o tempo e ainda hoje te observo de longe; você nem sequer imagina, mas fostes palco de grandes confrontos internos da minha ilusão, ainda agora remontas aos meus pensamentos secretos e te fazes protagonista dessa e de outras divagações.
O teu sentimento por mim, quanto a esse, já não tenho muito a me orgulhar; não tens a mínima culpa em não me amar, mas fostes pródiga eu teus caprichos, involuntariamente conquistastes os meu devaneios, roubaste a minha atenção, com teus contornos sinuosos, embriagastes a minha imaginação, e quando estive totalmente vocacionado a te cortejar, me deixaste só, como um relâmpago estrondoso que cai no mar e se desfaz sem deixar recordações.
Sabe, já não te vejo com os mesmos olhos, e para espanto meu, penso que te gosto ainda mais do que quando você me deixaste sem saídas e sem caminhos; aprendi com você que existem coisas que muito desejamos, mas nem toda a nossa dedicação e empenho é capaz de trazê-las à nossa apropriação. Como não posso te ter, aperfeiçoei as minhas técnicas de idealizações; hoje sou eu que corre perigo e você é quem me socorre das minhas ilusões.
BrunoMaximos 06.04.2009 - 01:05 AM
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