segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Desconhecida Amada

Era ela que mais um vez me hipnotizava com seu jeito simples de ser.
Impossível ignorá-la, como se o ambiente não alterasse, como se minhas sensações não entrassem em ebulição; não era imune a sua cor branca pálida, sem nenhuma mácula, feito uma dócil criatura angelical.
Seus traços me soavam como uma linda ilusão, tão perfeitos que eram suas curvas e delineamentos; sua boca perfeita, a nenhuma outra se assemelhava; tão bela eras feito uma cortesã, e em meio a toda nobreza, faz sua classe resplandecer, e todo resto se perde diante da opulência dos seus olhos verdes.
A muito tempo não me sentia embaraçado diante de uma mulher, e ela que muito mais menina do que mulher, não inspirava nenhum risco aparente às minhas emoções masculinizadas.
Contudo fui derrotado por seu olhar, e a sensibilidade de seu rosto esmaecia as forças de minhas razões; já não prevaleciam as autodefesas que minhas experiências consagraram como porto seguro.
Fui deposto por uma paixão fulminante, que já não mais sentia diante das desilusões passadas; subvertido à esse mistério, paulatinamente entregue às minhas emoções, e ela sem imaginar se apoderou de meu coração.
Tentei dormir, mas meus pensamentos já não me pertenciam, a ela se devotaram. Sem impor qualquer resistência minhas forças se esvaziavam na busca de esquece-la, e como pagão meus sentimentos se converteram a religião torpe, que não busca qualquer razão,só crer inescrupulosamente na fé da paixão.
Como já não podia resistir aceitei minha condição de rendição, e pensava na melhor forma de me aproximar; quais palavras a dizer? Qual a melhor maneira de se fazer perceber sem que ela se assuste? O que fazer para impressioná-la, chamar sua atenção, mostrar que eu existo, que ela mais que existe para mim, que podemos se felizes. Podemos?
A academia não ajudava muito, afinal quem se aproxima de mulher quando malha deixa a impressão do lobo que só quer alimentar sua fome. De qualquer forma eu não sabia o que fazer. O que fazer?
Percebi um descuido seu, ela estava apostos, sem ninguém em volta, nada poderia atrapalhar uma possível interlocução. Tomei coragem, fui em sua direção... Parei, cauterizado, sem reação...
A aliança nas suas mãos imputava-me uma condição com a qual não havia trabalhado, uma barreira impermeável estabeleceu-se entre nossas vidas, e todas minha ilusões ruiam diante da minha pobre sorte. A paixão que se fez desfaz-se, sem que ela sequer imagine que por alguns instantes foi a musa inominada, desconhecida, que preencheu meus sonhos.
Amei-a desde que a ví, e ela jamais saberá. Quantos como a mim padeceram de tal sorte, não me regozijo, não faz bem negar uma derrota, contudo não desfaleço da minha sorte, pois quem nunca sofreu por um amor que nunca conheceu?
Mas o que importa tudo isso, se ela nem sabe o meu nome...

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