Um lugar destinado a expressão suprimida pelos passos apressados, uma forma de manter viva a imaginação, e tudo aquilo que se sente quando se é. "De poeta e louco, todo mundo tem um pouco" - BrunoMaximos
domingo, 23 de novembro de 2008
Esquecido no descaso e conforto.
Você partiu, nem disse adeus, e eu me sentí só.
Porque as pessoas crescem, mudam, outras
regridem, ou simplesmente nos deixam? Mas cada
uma tem seu jeito de se despedir sem nenhuma
palavra. As coisas parecem sofrer uma abrupta
transformação, e em um momento tudo que parecia
perfeito e sob controle, simplesmente se desfaz;
o vento sopra e faz barulho, mas ele não é
forte, é somente a contemplação que estás
sozinho e até mesmo o que parecia imperceptível
ocupa um espaço, no que agora é um enorme vazio.
As pessoas simplemente escolhem mudar, muitas
vezes nem pensam que estão fazendo assim, mas
involuntariamente escolhem. Depois tudo é
diferente, já não há a mesma cumplicidade e
interação, não se cabem mais os abraços
apertados e duradouros, já não se fala com
elogios e olhos no olhar, é perdida a
intimidade.
Sempre tem uma hora que a distanciação gera uma
reflexão, a minha é agora, mas normalmente
olha-se ao lado e vê quem antes andava tão junto
de você, separado não só pelas cadeiras da sala,
bancos da igreja ou saídas incomuns, mas o que
gera essa jornada que agora os separa não
resume-se nos aspectos físicos dos domicílios em
cidades apartadas, mas o descaso do coração que
não é voluntário, pois não se pensa em "vou
esquecer ele", mas o que apaga as lembranças é o
pensamento onde "ele já não é importante para
mim".
Hoje me sinto esquecido, esse esquecimento não
possui destinatário de número determinado,
talvez não haja "um alguém" definido, mas sinto
como se já não fosse tão importante para várias
pessoas, e com isso aprendo que não devo me
queixar de tal circunstância, pois eu mesmo
posso ter cooperado para não ser lembrado, mas
preciso observar que há pessoas importantes que
merecem cuidado, e quero estar atento para que
eles não esperimentem o martírio acautelado do
meu desprendido esquecimento.
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"Se escrevo o que sinto é porque escrever me faz diminuir a febre de sentir"
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Um comentário:
É triste, porém, mais que normal a inusitada e inflexível sede inconsciente de mudanças...passam-se os anos desnudos, as horas mudas e parece que o mundo seguiu a diante com suas engrenagens rudimentares e constantes: o tempo!
Agora sabemos que a essência das coisas é a única coisa que realmente vale ser cultivado, pois é imutável...Mas nunca nos enganemos, somos importantes de alguma forma estranha e diluida. Somos importantes para alguém em algum lugar em alguma época mesmo que por segundos...somos observados!!!
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