segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Sono do Arrependimento



Pensei que o conforto só me traria conforto,
Mas descobrí e não haveria outra forma de saber,
Que quando se pensa que se tem quase tudo,
Esquece-se de que se precisa muito mais do que se tem.

O conforto me faz dormir tranquilamente,
Sonho e descanço, acordo tarde e perco as horas,
Mas a mesma inércia que me trás sensações tão doces,
Me fez esquecer que a vida não acabou, e faz perder-me em passageiro prazer.

Pensei que esse momento fosse suficiente pra daqui para frente,
O tempo passou e me contentei com o que conquistei, achei bastante,
Dormi sem parar, empapucei-me da tranquileza que me ofuscava o horizonte,
Meu sono se descuidou e já não era a minha situação tão tranquilizante.

Acordei só, nú, com frio, carente, vazio, desesperado e arrependido,
Tantas dores me retrairam pois me deixei adormecer quando minha vida precisava viver,
Meu sono era tão profundo que não via a ilusão do quanto sempre fora danoso,
Pois o que eu achava me levar ao conforto, quase me deixou pobre e morto.

"Se escrevo o que sinto é porque escrever me faz diminuir a febre de sentir"

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